Por Tenente-Coronel Renato Santos e Major Sandrina Cunha,
TREINOS DE LIDERANÇA SITUACIONAIS
Direção do Centro de Estudos de Desenvolvimento de Liderança da Academia Militar – Exército Português
A adaptação de processos e praticas é uma constante, obrigando todos os que se autoimpõem a servir, a sair das suas zonas de conforto, contribuído para um assinalável reforço da coesão. Só desse modo somos e ficamos mais fortes e mais capazes de corresponder aos desafios que temos de ser capazes de superar.
Os profissionais precisam de estar preparados para dar respostas rápidas, que vão ao encontro dos objetivos das organizações. Mas só numa equipa coesa, que se identifica com os valores e a missão da organização, é que se consegue atingir a eficiência, satisfazendo ao mesmo tempo as necessidades dos clientes. A prática dos valores, a automatização de procedimentos e a aplicação dos conhecimentos em novas situações, são uma constante exigência na vida militar, enfatizando a adaptabilidade.
O mercado de trabalho é cada vez mais VICA (volátil, incerto, complexo e ambíguo), tornando-se bastante desafiador. É neste âmbito que os ensinamentos resultantes da vivência, dos hábitos e das boas práticas militares podem ajudar e dar contributo significativo e importante.
A equipa é um todo que se quer e se pretende coeso e sinérgico porquanto, enquanto equipa, o todo coeso, tem de ultrapassar em muito a soma de cada parte. Mas, o trabalho de equipa depende de muitos fatores. Para além da cultura e do clima organizacional, a eficácia da liderança da equipa, o comprometimento individual e o nível de autonomia são fulcrais para o sucesso.
O trabalho de equipa é uma das atuais pedras basilares do equilíbrio de uma organização, onde cada elemento é uma “peça do puzzle”.
Como a formação de uma equipa robusta traduz-se num processo de transformação contínuo e rigoroso, as ações formativas em liderança são muito importantes porque desenvolvem um conjunto de competências individuais e sociais dos participantes.
Alcançar os objetivos comuns, aumentar a confiança, melhorar o desempenho e promover o envolvimento e a motivação são razões pelas quais várias organizações decidem integrar as pessoas em programas de liderança.
Os programas de TIL (Treino Intensivo de Liderança) promovem e capacitam os participantes na tomada de decisão, pensamento crítico, resolução de problemas, criatividade, trabalho de equipa, negociação, flexibilidade e inteligência emocional.
Os programas de TIL ajudam a explorar a tridimensionalidade que definem os líderes: SER, SABER e FAZER.
Nestes programas salienta-se a importância dos treinos de liderança situacionais. Seguindo uma metodologia rigorosa, através de exercícios de curta duração orientados para os mais variados cenários e missões. Os treinos de liderança situacionais são projetados para praticar tarefas individuais e coletivas, por meio da prática. Muitas vezes assentes em experiências e procedimentos militares, os exercícios recriados possibilitam a avaliação individual e do grupo, após a proficiência da execução dos exercícios propostos.
Os programas de TIL têm como focos o líder e o grupo na execução das missões e tarefas atribuídas, integradas em cenários que conduzem à execução treinos situacionais específicos e as suas avaliações subsequentes.
As ações formativas de liderança desafiam cada participante a fortalecer um conjunto de competências fundamentais para o sucesso, que traduzem o seu posicionamento profissional enquanto líderes. Através da sua capacidade de se reinventarem continuadamente, de forma ágil e clara, criam respostas com valor acrescido para o indivíduo e para a sua organização, por forma a fazer face ao mercado VICA de trabalho, satisfazendo as necessidades dos seus clientes.